Rendimentos sobre arrendamento é de 4.35% no Luxemburgo
Considerados mais lucrativos que os investimentos tradicionais e muitas vezes passado para segundo plano por parte dos investidores, os fundos e planos de incentivo ao investimento imobiliários não são corretamento explicados e do conhecimento geral. O capital limitado ou o risco do arrendamento são questões habituais que se levantam a quem quer investir em bens imobiliários, o que faz que muitos investidores desejem aplicar o seu dinheiro em imobiliário de outra natureza, que não o residencial.
Há vários suportes para quem opta por investir neste setor, em que todos os direitos ficam assegurados, com a vantagem de não os perder enquanto proprietário e sem o risco de aplicar diretamente o seu capital. Os fundos especializados permitem adquirir bens imobiliários habitacionais e/ou comerciais (escritórios, espaços comerciais, plataformas logísticas, armazéns, entre outros) com riscos diminuidos e ponderados para o investidores. Ao invés de ser proprietário de um ou dois imóveis, pode ser acionista numa sociedade detentora de vários imóveis e com centenas de arrendatários. Na falta de pagamento das rendas ou problemas habituais no mercado de arrendamento, as consequências são suportadas por todo o fundo, tornando-se mais fácil para cada investidor.
Neste modelo de negócio, as empresas gerem o património, o que pode resultar num custo administrativo maior mas, que acaba por fornecer conforto e segurança ao investidor. Os dividendos são superiores aos das contas poupança ou seguros. Com duas fontes de rendimento, valor sobre a renda e sobre a venda do imóvel (em caso de venda, habitualmente há valorização do bem), este tipo de investimento é seguro e bastante apelativo, só ficando em baixa quando os valores dos imóveis oscilam com o mercado.
Fundos e modelos
Por norma, os fundos imobiliários podem apresentar saldos negativos 15 meses após o investimento, muito em causa pelo valor das taxas ou em situações particulares, com a conjuntura económica e social. Por exemplo, o Unibail-Rodamco, líder em imobiliário comercial na Europa, cotado na bolsa e com uma performace em baixo a atingir os 5%, tendo mesmo chegado ao 8% negativos, em janeiro de 2016. Nesse ano, os 71 centros comerciais do grupo não valorizaram, tudo porque a maioria dos espaços situam-se na zona de Paris, uma das capitais europeias afetadas por atentados. A frequência dos espaços foi menor por parte do público e por conseguinte estes não valorizaram, tanto que no ano de 2016, as rendas não foram aumentadas.
Os rendimentos ou dividendos da Leasinvest resistiu ao impacto e na mesma data apresentava saldo positivo de 13%. Este fundo é uma sociedade, também cotada na bolsa, em que os investidores são maioritariamente do Luxemburgo. No final de 2015, o património desta sociedade ascendia aos 33 imóveis, 14 dos quais na Bélgica (que representam 41% do valor patrimonial), 16 no Luxemburgo (54%) e três na Suiça (5%). Os principais investimentos do Luxemburgo são o Retail Park, em Strassen, o centro comercial Knaufm, em Schneide e Pommerlochm, os prédios Monnet, Esch 25 e Monterey 20, na capital luxemburguesa. Também é detentora do centro logístico Tour et Taxi, em Bruxelas. Analistas corroboram a confiança na Leasinvest, com garantias de ganhos de 104 euros na Petercam/Degroof, €100 na KBC Securities e €96 no ING, por cada investimento de 105 euros. A opinião geral é: não vender as ações mas, manter.
Outra sociedade cotada, a Deutche Wohnen rende 2.4% no investimento imobiliário na Alemanha (desde 1 de janeiro de 2016 que rende 12%), a Klepierre, com um saldo de 5.5%, é detentora de centros comerciais na Europa mas que tem, atualmente, ganhos negativos que se situam nos 13%. “Vender um imóvel num bairro cosmopolita de Paris é mais fácil que um semelhante na Cloche d'Or, na capital, porque, em Paris, o rendimento proveniente da renda de 3%, no Luxemburgo ascende em média aos 4.35%. Embora se anuncie o fim da época de ouro no Luxemburgo há 30 anos, a verdade que o mercado tem-se mantido sempre em altas. Para captar mais interesse, o Luxemburgo precisa de mais oferta no ramo. Sobretudo nos imóveis familiares em que a compra é feita com objetivo patrimonial, o investimento é de longa duração. Os investidores profissionais têm cada vez mais interesse no país”, disse Vincent Bechet, diretor e parceiro da empresa Imowai.
Também é preciso analisar os efeitos do Brexit. Empresas como a M&G e a AIG anunciaram o seu
deslocamento para o país mas também foi anunciado o fecho da Unicredit. Os dividendos provenientes dos fundos imobiliários são particularmente mais atrativos no contexto atual. Além disso, o investidor pode vender a sua cota sempre que quiser. Depois de 2016 ter tido uma prestação negativa, os juros subiram de 0.18% (24 de fevereiro) para 0.44% (10 de março).
Daniel Pechon
Luxemburger Wort