Mais uma vez, os profissionais do ramo imobiliário mostraram interesse em participar no MIPIM, que decorreu no Palácio do Festival de Cannes e que teve lugar no passado mês de março. A 28a edição foi inédita, com a delegação britânica a optar por medidas excecionais.
Nas 27 edições anteriores, nunca se tinha assistido a uma situação semelhante, nunca nenhuma delegação esteve ausente. Mas, este ano, a delegação do Reino Unido teve um pavilhão à parte, no qual lançaram uma campanha de comunicação de grande envergadura: Londres e outras cidades do Reino Unido querem promover-se e serem mais atrativas para investidores e para projetos imobiliários. Na verdade, os profissionais britânicos não têm opção: o Brexit pode ser uma catástrofe para o imobiliário. Segundo um estudo apresentado pela Cushman and Wakefiel, em fevereiro, houve uma queda abruta de 42% em 2016. Com aproximadamente ¼ dos investimentos em stand-by, o Reino Unido tem de praticar políticas e ter iniciativas funcionais para que o mercado não entre em queda livre.
As sociedades e empresas que estão sedeadas no Reino Unido, principalemente em Londes, procuram países-membros da União Europeia para continuarem as suas operações e a usufruirem dos benefícios que o passaporte europeu. As empresasquerem livre-trânsito.
E esta é uma questão importante para a praça financeira luxemburguesa que oferece garantias a estas empresas. Nem o primeiro-ministro, nem o ministro das Finanças discordam desta ideia. O Luxemburgo aumentou a sua oferta para escritórios de 4.2% para 5.3%, entre 2015 e 2016. Segundo o relatório anual de Jong Lang Lassale, a taxa de ocupação duplicou em Kirchberg. No entanto a oferta em Kirchberg mantém-se baixa (1.9%), enquanto a oferta suplementar é mais perceptível no bairro da Gare (4.4%) e nos arredores da capital (8% contra os 5.9% no último ano).
Nesta edição, “Revitalização no imobiliário” foi o tema escolhido mas foi assombrado por outras questões. Há problemas que foram tratados e que estão relacionados com o setor: a população mundial é de 8.3 mil milhões, habitando 2/3 nas áreas urbanas, as necessidades energéticas vão aumentar 40% e a falta de água vai afetar a maioria da população.Também a revolução digital vai transformar o mundo.
O Luxemburgo tem alguns destes problemas. Com uma subida constante do preço dos imóveis, o país deve apostar na ecoconstrução e no setor digital, segundo defende o relatório Rifkin. Mais de 400 conferências abordaram estes temas para os 23 mil visitantes que assistiram ao evento. Esta feira é também um ponto de encontro para políticos. Do Luxemburgo marcaram presença Etinne Schneider, ministro da Economia, e François Baus, ministro do Desenvolvimento Sustentável.
Pela primeira vez organizou-se um fórum com 1500 m2 que juntou 60 empresas e start-ups de todo o mundo.
Thierry Labro / Luxemburger Wort